quinta-feira, 15 maio 2025

Canadá e México se posicionam contra ‘tarifaço’ de Donald Trump

Primeiro-ministro de Ontario, Doug Ford, afirmou que removerá produtos americanos das prateleiras do Conselho de Controle de Bebidas Alcoólicas de Ontário (LCBO, na sigla em inglês), a agência governamental responsável por vender e distribuir bebidas na maior província do Canadá, enquanto presidenta do México rejeita acusações de Trump e e prepara “plano B”.

“Como o único atacadista de álcool na província, a LCBO também removerá produtos americanos de seu catálogo para que outros restaurantes e varejistas de Ontário não possam pedir ou repor produtos dos EUA”, disse Ford, em publicação no X (antigo Twitter).

A medida entra em vigor a partir desta terça-feira, 4, mesma data em que vigorará o decreto assinado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de taxar importações do Canadá de produtos em 25% e da energia em 10%.

“Todo ano, a LCBO vende quase US$ 1 bilhão em vinho, cerveja, destilados e seltzers americanos. Não mais”, disse Ford.

“Nunca houve um momento melhor para escolher um produto incrível feito em Ontário ou no Canadá. Como sempre, beba com moderação.”

Da fronteira para baixo
Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, rejeitou neste domingo (2), as acusações do governo americano sobre supostos vínculos entre seu governo e o crime organizado, chamando-as de “terrivelmente irresponsáveis”.

Em mensagem ao país, ela anunciou que apresentará amanhã as primeiras medidas do chamado “Plano B” em resposta às tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos.

“Rejeitamos categoricamente a calúnia que faz a Casa Branca contra o governo do México de ter alianças com organizações criminais, assim como qualquer intenção intervencionista em nosso território. A soberania não se negocia”, afirmou Sheinbaum em vídeo publicado em suas redes sociais.

A líder mexicana contra-atacou citando dados do próprio Departamento de Justiça americano, que em 8 de janeiro reconheceu que 74% das armas utilizadas pelo crime organizado no México vêm ilegalmente da indústria militar dos EUA.

Ela também destacou que seu governo apreendeu mais de 40 toneladas de drogas nos últimos quatro meses, incluindo 20 milhões de doses de fentanil.

Em tom conciliatório, Sheinbaum propôs a criação de uma mesa de trabalho bilateral com “as melhores equipes de segurança e saúde pública” de ambos os países. “O México não quer confrontação. Partimos da colaboração entre países vizinhos”, disse. “Coordenação sim, subordinação não.”

As tarifas americanas, que não eram impostas há 30 anos devido ao acordo de livre comércio entre os países, devem entrar em vigor na próxima terça-feira (4). A medida ocorre em meio a tensões crescentes sobre questões migratórias e o tráfico de fentanil.

Fonte: Correio do Estado
Autor: Correio do Estado

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