Quase um mês após a deflagração da Operação Ultima Ratio, que cumpriu ordem de busca e apreensão em 44 endereços ligados a magistrados, advogados e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), nenhum dos alvos havia prestado depoimento à Polícia Federal (PF) até ontem, conforme apurou o Correio do Estado. Isso porque o caso está parado no Supremo Tribunal Federal (STF).
A operação resultou no afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), um juiz e de um conselheiro do TCE-MS.
Por determinação do ministro Francisco Falcão, todos estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica, instalada 12 dias após a decisão judicial.
A PF investiga um esquema de venda de sentenças que envolve desembargadores, advogados, o conselheiro da Corte de Contas e lobistas.
Há indícios de compra de decisões ligadas a litígios sobre propriedade de fazendas, cálculos de honorários similares a prêmios de Mega Sena, entre outras.
Indagado sobre o andamento das investigações e sobre um cronograma para que os envolvidos prestem depoimento, o delegado da PF responsável pelas investigações, Marcos Damato, afirmou que “não realizamos inquirições. Estamos aguardando posicionamento do STF sobre o prosseguimento das investigações”.
É que, por suspeita de que o suposto esquema de venda de sentenças judiciais tenha envolvimento de algum ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o caso foi encaminhado ao STF e está sob responsabilidade do ministro Cristiano Zanin.